quarta-feira, 14 de abril de 2010

Novela abusa da inocência de uma criança

A menina Rafaela é "vilã" na novela da Globo

Chama nossa atenção a novela das oito da Globo, “Viver a vida”, na qual seu autor, Manoel Carlos, procura retratar o cotidiano brasileiro apresentando a menina Rafaela, oito anos de idade, interpretada pela atriz mirim Klara Castanho, uma trabalhadora infantil, do sexo feminino e no papel de “vilã”.

A Constituição Federal é clara: é proibido o trabalho aos menores de 16 anos, exceto como aprendizes, a partir dos 14 anos. Ao contrário do que acontece com os trabalhadores e trabalhadoras infantis nas lavouras, nas ruas, nos fundos de quintal, o trabalho de crianças na TV ganha os aplausos da sociedade, que acha lindo aquele ser pequenino interpretar papéis que as tornam estrelas e rendem muito dinheiro a sua família .

Será que as pessoas se dão conta que essa representação pode levar a uma adultização precoce e que trará malefícios físicos, mentais, sociais e acarretar transtornos para a criança? A personagem infantil é do sexo feminino, não conhece seu pai (um marginal), a mãe – outra mulher que tenta tirar vantagem das situações – sobrevive às custas de um homem (argentino) apaixonado por ela e todos vivem muito bem... muito teria de real se contextualizado na realidade brasileira e nas causas de tal situação, mas como toda novela, o que predomina é a suposta vontade das massas – que dá a audiência e lucro. As novelas brasileiras fazem parte da cultura do país, do nosso cotidiano; retratar uma criança neste papel é extremamente negativo para sua formação.

Trabalho Infantil

Vejamos: o que caracteriza o trabalho infantil? É aquele que rouba a infância da criança, que a priva de seu pleno desenvolvimento, que lhe dá responsabilidade substituindo o adulto, que a impede de brincar e frequentar normalmente a escola, faz com que ela pule fases importantes da vida, algo que com certeza trará danos irreparáveis à pessoa humana e virá à tona em algum momento da vida adulta.

No Brasil, segundo o Ministério do Trabalho, não existe regulamentação legal clara para atividades artísticas de meninos e meninas. No entanto, permissões individuais baseadas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Convenção 138 são usadas para que os responsáveis legais, por meio do Juizado de Menores, autorizem tais atividades e há quem queira a simples autorização dos pais para liberar a exploração do trabalho infantil nessa área, como tramita no Senado projeto lei sobre participação de crianças e adolescentes em atividades artísticas.

Segundo o procurador Rafael Dias Marques, vice-presidente da Coordenação Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes do Ministério Público do Trabalho, “as pessoas assistem com mais naturalidade quando o trabalho é artístico. Mas tanto em novelas quanto nas lavouras há trabalho infantil e ele é proibido”.

Mais lamentável ainda é verificar que, no caso da atual novela da Globo, a pequena atriz representa uma personagem feminina, tomada pelo mal, ameaçadora, chantagista, potencial psicopata, o que nos faz refletir como os meios de comunicação continuam a reafirmar e reproduzir a visão preconceituosa e discriminadora sobre o sexo feminino até mesmo em uma criança, em horário nobre, onde milhares de crianças e adultos assistem a tal situação com naturalidade.

Vale salientar o importante papel do Ministério Público do Trabalho, na defesa da criança, que notificou o autor de “Viver a Vida”, Manoel Carlos, expressando a preocupação com o papel desempenhado pela menina como vilã. As procuradoras Maria Vitoria Sussekind Rocha e Danielle Cramer afirmam que “uma criança de oito anos não tem discernimento e formação biopsicossocial para separar o que é realidade daquilo que é ficção”. Teremos que rever o ECA e a Convenção 182. Mulheres, 100 anos de 8 de março, de luta, ainda temos muito por que lutar!

Autora:

*Márcia Regina Viotto é socióloga, assessora da CTB, membro do Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do trabalho infantil-segmento dos trabalhadores e membro do Instituto Brasil Melhor

10 comentários:

  1. Infelizmente a televisão tem formado muitas opinioes até de cristãos.
    Pórém isso só acontece com aqueles que não estudam a palvra nem tem uma vida real com Deus.
    Lá no blog lançamos um podcast que fala um pouco sobre isso,
    Se der, entre e dê sua opinião.
    Copie e cole o link no seu navegador se quiser baixar:

    http://www.4shared.com/audio/ZIXk45wA/D_podcast_editado_2.html

    Ou ouça direto no blog se quiser também:


    http://diariodoppastor.blogspot.com/2010/04/primeiro-podcast-retendo-o-bem.html

    Paz.

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  2. nao gosto do papel dessa menina acho ela muito chata e alem de tudo rouba a infancia desta criança inocente, na minha opiniao essa menina nao era para trabalhar agora .

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  3. Nossa.. a Globo está errada em tudo o.o

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  4. Agora sim eu percebo o papel que esta menina está fazendo na novela,vc ñ dá mole hein globo?

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  5. Realmente.. tudo de ruim A gente vê por aí! kk

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  6. ér verdade proff ....dessa forma a inocencia das crianças vai acabando uma menina de 8 anos conseguir fazer um papel da quele....meu deus o mundo ta perdido...

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  7. oi professor meu nome é Railsson e adorei o seu blog é muito interessante ,ah e por favor me dá um ponto na sua prova...

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  8. Eu acho muito errado pois ja ensina a criança a ser ma desde pequena e isso pode atrapalha no crescimento dela.

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  9. colocar uma criança no papel de uma vilã tira totalmente sua inocencia.

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  10. daniel maciel 8°ano6 de maio de 2010 às 16:17

    ACHO QUE ELA NÃO ERA TAR NAQUELA NOVELA POIS E MUITO PEQUENA PARA TA NESSA NOVELAS INADEQUADAS SO FALA DE TRAIÇÃO E ELA NÃO E NADA SANTA NANOVELA

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